A missão da VISA é promover e proteger a saúde da população, garantindo os direitos constitucionais do cidadão e defendendo a vida. Seu objetivo é proteger e promover a saúde, evitando incapacidades e doenças.

31/05/2012

Só 1 em cada 3 fumantes consegue abandonar o vício


O estudo apontou que mais de 30% chegaram a parar de fumar por um tempo, mas apenas 33,7% não retomaram o vício
O estudo apontou que mais de 30% chegaram a parar de fumar por um tempo, mas apenas 33,7% não retomaram o vício

Passar por uma situação de estresse agudo, como perder o emprego, divorciar-se ou enfrentar a morte de um familiar, é a principal causa de recaídas para tabagistas em tratamento. Dos 820 pacientes analisados por um estudo do Instituto do Coração (Incor), 257 (31,3%) chegaram a parar de fumar por um tempo, mas retomaram o vício. E apenas 276 (33,7%) foram bem-sucedidos em largar o tabaco. Os demais ou abandonaram o tratamento ou nunca conseguiram deixar o fumo.

O levantamento, apresentado neste ano no congresso da Society for Research on Nicotine and Tobacco, nos Estados Unidos, analisou a evolução clínica de pacientes inscritos no Programa de Assistência ao Fumante (PAF) - um software desenvolvido pela cardiologista Jaqueline Scholz Issa, diretora do Programa Ambulatorial de Tratamento do Tabagismo do Incor.

O programa permite a realização de análises retrospectivas do tratamento de cada paciente e busca características comuns àqueles que obtiveram sucesso ou insucesso no combate ao fumo. Outros dois gatilhos importantes apontados para a recaída, além do estresse agudo, foram a ansiedade intensa e o descuido (quando o paciente acredita que fumar um único cigarro não vai trazê-lo de volta ao vício).

“Conhecendo mais detalhes sobre o tabagismo, poderemos alertar os pacientes de como essas situações de estresse e ansiedade interferem no tratamento. Voltar a fumar, embora possa aliviar momentaneamente o sofrimento e o desconforto, não vai resolver o problema: vai criar mais um”, diz Jaqueline.

30/05/2012

Profissionais de saúde têm acesso gratuito a dados científicos


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi o primeiro profissional de saúde brasileiro a testar o acesso ao portal “Saúde Baseada em Evidências”. O teste aconteceu durante o lançamento do projeto, em uma cerimônia na terça-feira (29/5) no auditório da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), em Brasília.
O acesso ao novo portal é gratuito e aberto a 1,8 milhão de profissionais de saúde que atuam no país, nas redes pública e privada, de quinze diferentes formações, entre elas os habilitados para exercer a Medicina, o Serviço Social e a Educação Física.


O portal foi desenvolvido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Saúde, responsável por empregar recursos da ordem de R$ 10 milhões na ferramenta.

Para utilizar o portal, o médico Alexandre Padilha informou o número do seu registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) do Pará, ao qual está vinculado, e criou uma senha pessoal.  O ministro selecionou o tema Dengue para ser pesquisado.

“Antes se combatia Dengue caçando o mosquito. Hoje se faz isso com conhecimento”, comentou Padilha. “Reduzimos os óbitos por dengue em 80% na comparação entre 2011 e o mesmo período deste ano”.

O portal engloba sete diferentes bases de dados científicos, entre estas a Micromedex, com informações que podem, por exemplo, embasar as equipes que atendem as primeiras 72 horas de uma emergência médica.
Entre as sete bases de dados oferecidas no portal, a pesquisa neste ambiente permite também o acesso ao Rebrats, um agrupamento de estudos nacionais sobre Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS).
Participando da cerimônia, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que o portal representa um aporte de conhecimento e tecnologia ao atendimento prestado pelos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) e das redes privadas, em todos os municípios brasileiros.

16/05/2012

Acesso à informação: Anvisa está mais transparente


As principais informações de interesse dos cidadãos e os canais para obter os demais dados relativos à atuação da Anvisa já estão disponíveis no portal da Agência. Isto porque a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011), que regulamenta o direito constitucional de acesso dos cidadãos às informações públicas, está em vigor a partir desta quarta-feira (16/5).
A norma, que institui como princípio fundamental que o acesso à informação pública é a regra, e o sigilo a exceção, estabelece procedimentos, prazos e obrigações para que a administração pública responda a pedidos de informações apresentados por qualquer pessoa, física ou jurídica. Assim, todos aqueles que acessarem o site da Anvisa, a partir de agora, ficarão sabendo como fazer esses pedidos, quais as diretrizes da Agência para a definição de sigilo, como agendar reuniões no Parlatório, como pedir vistas e cópias de processos, além de inúmeras outras informações. A Anvisa adotou uma postura de transparência ativa, ou seja, aquela em que a própria instituição divulga as informações de interesse geral independentemente de solicitação. Entre estas informações estão dados de transferência de recursos, respostas às perguntas frequentes e informações sobre compras públicas e licitações.
Os cidadãos também terão acesso a informações institucionais detalhadas pertinentes à agenda dos dirigentes, às reuniões da Diretoria Colegiada, ao quadro de pessoal da Anvisa e à sua estrutura remuneratória, à execução orçamentária e financeira da Agência, entre outras.

Para saber mais sobre a Lei de Acesso à Informação, acesse o vídeo gravado durante o Seminário sobre a Lei de Acesso à Informação, promovido pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República. Ao apresentar a lei, a diretora de Prevenção da Corrupção da Controladoria Geral da União (CGU), Vânia Vieira, ressalta que não basta dar transparência às informações públicas, mas é preciso assegurar que essas informações sejam claras, ágeis, íntegras e de fácil compreensão

Anvisa determina apreensão de anorexígeno

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, nesta segunda-feira (14/5), no Diário Oficial da União (DOU), uma resolução que determina a apreensão e a inutilização, em todo o país, de todos os lotes falsificados do medicamento Desobesi- M.
A versão falsificada do Desobesi-M apresentava a seguinte identificação:  lotes L1100285 Fab. set/11 - Val. Set/13, L1100090 Val. Mar/14, L1100090 Fab. Mar/11 - Val. Mar/13, L1103972 Fab. Jun/11 - Val. Jun/13 e L1100090 Val. Mar/13.
A medida  de apreensão e inutilização do medicamento foi determinada pela Anvisa depois que foram identificadas falsificações do Desobesi-M que se assemelham ao produto original,  fabricado pela Aché Laboratórios Farmacêuticos Ltda até dezembro de 2011. O produto falsificado possui inclusive a mesma numeração de lote dos originais. 
Embora a falsificação dos medicamentos seja a razão da decisão de apreensão, o registro do Desobesi-M está cancelado pela Anvisa desde o dia 11 de dezembro de 2011, por determinação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) no 52, de 2011.
A RDC 52/2011 proíbe a fabricação, a importação, a exportação, a distribuição, a manipulação, a  prescrição, a dispensação, o aviamento, o comércio e o  uso de medicamentos ou fórmulas medicamentosas que contenham as substâncias anfepramona, femproporex e mazindol, princípios ativos classificados como anorexígenos do tipo anfetamínico.


Fonte: ANVISA

11/05/2012

VISA do RS encontra bactérias nocivas em recheios de esfihas do Habib's e suspende venda de lote


A Vigilância Sanitária de Porto Alegre notificou, na tarde dessa quarta-feira (9), a rede de comida árabe Habib's e suspendeu a venda de um lote de recheios de esfihas em quatro lojas da capital gaúcha. O motivo foi a presença, confirmada em teste de laboratório, de bactérias nocivas no produto. A rede diz tratar-se de “caso isolado” e poderá rever a situação depois de comprovar que o alimento está novamente apto para o consumo.
A investigação do órgão de saúde foi iniciada após denúncias de três clientes que passaram mal depois de ingerirem as esfihas no dia 16 de abril, na filial em um shopping no bairro Floresta. Conforme o protocolo da OMS (Organização Mundial de Saúde), quando duas pessoas ou mais passam mal após consumirem o mesmo produto, no mesmo local e em um período semelhante, o caso já é considerado surto.

Normalmente os sintomas de quem as ingere são febre e diarreia. Entretanto, a
Listeria monocytogenes também pode causar aborto. “Dependendo da quantidade, ela tem poder abortivo. Por isso, temos que ter um cuidado bem grande”, salienta Casa Nova.

Encaminhadas para análise no Lacen (Laboratório Central do Estado), as amostras apresentaram três tipos de bactérias nocivas ao organismo: Listeria monocytogenes, Escherichia coli e Bacillus cereus, todas nos recheios. “As três estão sempre envolvidas em casos de intoxicação alimentar”, explica o médico veterinário chefe da equipe de alimentos da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Paulo Casa Nova. Segundo ele, deficiências no processo de higiene e conservação dos produtos são as causas do surgimento dessas bactérias.
Os produtos contaminados são fabricados em uma central de produção em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. As lojas de Porto Alegre estão impedidas de receber os recheios feitos nesta cozinha até que a rede comprove que solucionou os problemas.
Enquanto isso, os restaurantes no RS serão abastecidos por produtos fabricados na central do Habib’s em Curitiba (PR).
Em princípio, apenas um lote dos recheios de esfihas nos sabores queijo, espinafre e carne apresentaram contaminação. Porém, por medida cautelar, a vigilância suspendeu todos os estoques.
Em nota, a rede Habib's informou que, após tomar conhecimento das denúncias, iniciou a verificação das ocorrências. “Trata-se de um caso isolado, ocorrido em uma unidade da rede na capital gaúcha, cujas análises e contraprovas estão em andamento”, explica.
“A direção esclarece que todos os cuidados com relação à produção e ao manuseio dos produtos são acompanhados por uma equipe, que envolve profissionais técnicos e ligados ao segmento da saúde”, complementa o informe.
Protocolarmente, após verificar o surto, a Vigilância Sanitária abre um processo administrativo para investigar a origem do problema, e dá orientação para que o estabelecimento corrija o erro. O órgão continua monitorando os pontos de comércio e distribuição. Caso constate a ineficácia na solução, procede com uma advertência, que pode se transformar em multa e até interdição do local.
Além de Porto Alegre, a rede Habib's conta com lojas em Caxias do Sul (na serra), Pelotas (no sul do Estado), Novo Hamburgo e São Leopoldo (Vale do Sinos). As vigilâncias sanitárias destes municípios foram acionadas para ficarem atentas, caso as filiais apresentem o mesmo problema.

Fonte: UOL Notícias

04/05/2012

Câmara Técnica faz recomendação para saneantes a base de cloro


Os integrantes da Câmara Técnica de Saneantes (Cates) da Anvisa emitiram um parecer para orientar a  concessão de registros de desinfetantes hospitalares para superfícies fixas e artigos não críticos e desinfetantes para lactários, bem como  para a água sanitária e os alvejantes à base de hipoclorito de sódio utilizadas em serviços de saúde.
De acordo com o parecer aprovado pela Cates, no dia 24 de abril, os produtos saneantes que se enquadram nas categorias analisadas, a recomendação é que o teor final de cloro ativo, após a diluição destes produtos, não ultrapasse 1% p/p.
Fonte: Portal ANVISA


5 de maio: Dia mundial de higiene das mãos!

Imagem da campanha "Higienização das Mãos"

No dia 5 de maio, comemora-se o Dia Mundial de Higienização das Mãos. A data foi definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para que todos os serviços e profissionais de saúde possam desenvolver ações que reforcem a higiene das mãos como medida essencial para a prevenção e controle das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). A higienização das mãos é considerado o procedimento mais importante e barato para evitar a transmissão de infecções nos serviços de saúde.
A data é um convite para que as equipes dos serviços de saúde reflitam e elaborem ações para o avanço da promoção da higienização das mãos. Uma das estratégias é a elaboração de um plano de ação com base na pontuação e classificação do nível de promoção e práticas de higienização das mãos por meio da aplicação da “Autoavaliação para Higienização das Mãos”. O guia para elaboração do plano foi elaborado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e pela Anvisa e está à disposição dos serviços de saúde.

02/05/2012

Alerta: carbocisteína X alisamento capilar


Desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proibiu o uso do formol como alisante capilar devido ao seu potencial cancerígeno, vira e mexe surgem boatos sobre um substituto saudável à altura. A bola da vez é a carbocisteína, mas, ao contrário do que muita gente pensa, ela não tem a capacidade de esticar o fio.

"A substância produzida em laboratório hidrata e promove um realinhamento capilar, deixando o cabelo mais solto. Mas, para dizer que ela alisa, algumas empresas a associam ao gluteraldeído, que é da mesma família do formol. E, apesar de ainda não ter estudos que comprovem que esse ativo é nocivo à saúde, é sempre bom ter cautela", recomenda a farmacêutica Mika Yamaguchi, de São Paulo.

Vale lembrar que a carbocisteína é um dos aminoácidos que formam a queratina, o principal componente do cabelo, e responsável pelas pontes cisteínicas que fazem com que os fios tenham a ondulação natural ¿ quanto mais pontes cisteínicas uma mulher tem, mais encaracolado o cabelo dela é. Para alisá-lo, é preciso quebrar essas pontes, o que é feito pelo formol e seus derivados.

Para não ter problemas, a farmacêutica Mika Yamaguchi recomenda tomar estas três atitudes: 
1. Lançar mão de alisantes aprovados pela Anvisa, aí incluídos a etanolamina, a guanidina, os hidróxidos e o tioglicolato de amônia.

2. Pedir para o cabeleireiro deixar você ver o produto que vai ser aplicado e procurar no rótulo os ingredientes da fórmula e o registro da Anvisa.

3. Lavar imediatamente a cabeça e procurar um médico se, durante a aplicação da química, você tiver ardor, queimadura, descamação, visão embaçada, lacrimejamento, dor de garganta, irritação no nariz, tosse, vertigem, dificuldade para respirar, que são alguns dos efeitos colaterais do formol.


Fonte: Qualità - Especial para o Terra

Congresso Nacional discute vigilância sanitária e desenvolvimento

Logomarca do evento: Semana Visa Congresso

Entre os dias 7 e 10 de maio, a Anvisa promove a I Semana de Vigilância Sanitária no Congresso Nacional. O objetivo do evento é prestar contas ao Congresso das atividades realizadas pela Anvisa, além de debater sobre o papel da Agência diante das necessidades do novo cenário social e econômico no Brasil e no mundo.
Com o tema “A Anvisa e o Desenvolvimento Social e Econômico do Brasil”, o encontro vai reunir no parlamento brasileiro representantes dos setores produtivos, governo e sociedade civil. A abertura oficial acontecerá no dia 8 de maio, às 9h30 da manhã, com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Logo após a abertura, haverá um seminário que discutirá temas como os desafios da regulação sanitária, avanços na gestão da Agência e a vigilância sanitária no contexto das políticas públicas.
O diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, fará a entrega do Relatório de Atividades da Anvisa de 2011 ao presidente do Congresso Nacional.  Há seis anos, a Anvisa apresenta o seu relatório anual de atividades à Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal e à Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
Durante a semana, os temas da vigilância sanitária também estarão na pauta de pelo menos dez comissões das duas casas legislativas, passando por temas como o direito do consumidor, o mercado de agrotóxicos, os resíduos de medicamentos e a gestão de pessoas na área de vigilância sanitária.
As inscrições para o evento podem ser feitas pelo e-mailcerimonial@anvisa.gov.br. Basta enviar um e-mail com nome, contato e eventual instituição que representa.
Carlos Augusto Moura – Imprensa/Anvisa

Um terço dos alimentos consumidos pelos brasileiros está contaminado por agrotóxicos



Há três anos o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de consumo de agrotóxicos no mundo. Um terço dos alimentos consumidos cotidianamente pelos brasileiros está contaminado pelos agrotóxicos, segundo alerta feito pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em dossiê lançado durante o primeiro congresso mundial de nutrição que ocorre no Rio de Janeiro, o World Nutrition Rio 2012, que termina nesta terça-feira (1º).
O documento destaca que, enquanto nos últimos dez anos o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, o brasileiro aumentou 190%. Em 2008, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto liderança, representando uma fatia de quase 20% do consumo mundial de agrotóxicos e movimentando, só em 2010, cerca de US$ 7,3 bilhões - mais que os EUA e a Europa.
A primeira parte do dossiê da Abrasco  faz um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde e na segurança alimentar. A segunda parte, com enfoque no desenvolvimento e no meio ambiente, terá seu lançamento durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, e na Cúpula dos Povos na Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro.
Segundo um dos coordenadores do estudo, Fernando Carneiro, chefe do departamento de Saúde Coletiva da UnB (Universidade de Brasília), “o dossiê é uma síntese de evidências científicas e recomendações políticas”.
“A grande mensagem do dossiê  é que o Brasil conquistou o patamar de maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Queremos vincular a ciência à tomada de decisão política”, disse Carneiro ao UOL.
Soja é o que mais demanda agrotóxico
Segundo dados da Anvisa e da UFPR compilados pelo dossiê, na última safra (2º semestre de 2010 e o 1º semestre de 2011), o mercado nacional de venda de agrotóxicos movimentou 936 mil toneladas de produtos, sendo e 246 mil toneladas importadas.
Em 2011 houve um aumento de 16% no consumo que alcançou uma receita de US$ 8,5 bilhões. As lavouras de soja, milho, algodão e cana-de-açucar representam juntas 80% do total das vendas do setor.
Na safra de 2011 no Brasil, foram plantados 71 milhões de hectares de lavoura temporária (soja, milho, cana, algodão) e permanente (café, cítricos, frutas, eucaliptos), o que corresponde a cerca de 853 milhões de litros de agrotóxicos pulverizados nessas lavouras, principalmente de herbicidas, fungicidas e inseticidas. O consumo em média por hectare nas lavouras é de 12 litros por hectare e exposição média ambiental de 4,5 litros de agrotóxicos por habitante, segundo o IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o dossiê, a soja foi o cultivo que mais demandou agrotóxico - 40% do volume total de herbicidas, inseticidas, fungicidas e acaricidas. Em segundo lugar no ranking de consumo está o milho com 15%, a cana e o algodão com 10%, depois os cítricos com 7%, e o café, trigo e arroz com 3% cada.
Maior concentração em hortaliças
Já para a produção de hortaliças, em 2008, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), o consumo de fungicidas atingiu uma área potencial de aproximadamente 800 mil hectares, contra 21 milhões de hectares somente na cultura da soja.
“Isso revela um quadro preocupante de concentração no uso de ingrediente ativo de 22 fungicidas por área plantada em hortaliças no Brasil, podendo chegar entre 8 a 16 vezes mais agrotóxico por hectare do que o utilizado na cultura da soja, por exemplo”, alerta o dossiê.
Numa comparação simples, o estudo estima que a concentração de uso de ingrediente ativo de fungicida em soja no Brasil, no ano de 2008, foi de 0,5 litro por hectare, bem inferior à estimativa de quatro a oito litros por hectare em hortaliças, em média. “Pode-se constatar que cerca de 20% da comercialização de ingrediente ativo de fungicida no Brasil é destinada ao uso em hortaliças”, destaca o estudo da Abrasco.
Riscos para a saúde
O dossiê revela ainda evidências científicas relacionadas aos riscos para a saúde humana da exposição aos agrotóxicos por ingestão de alimentos. Segundo Fernando Carneiro, o consumo prolongado de alimentos contaminados por agrotóxico ao longo de 20 anos pode provocar doenças como câncer, malformação congênita, distúrbios endócrinos, neurológicos e mentais.
Um fato alarmante foi a constatação de contaminação de agrotóxico no leite materno, afirmou. Para o cientista, não se sabe ainda ao certo as consequências para um recém-nascido ou um bebê que está em fase inicial de formação. “Uma criança é altamente vulnerável para esses compostos químicos. Isso é uma questão ética, se vamos nos acostumar com o nível de contaminação do agrotóxico”, criticou.
Parte dos agrotóxicos utilizados tem a capacidade de se dispersar no ambiente, e outra parte pode se acumular no organismo humano, inclusive no leite materno, informa o relatório. “O leite contaminado ao ser consumido pelos recém-nascidos pode provocar agravos a saúde, pois os mesmos são mais vulneráveis à exposição a agentes químicos presentes no ambiente, por suas características fisiológicas e por se alimentar, quase exclusivamente, com o leite materno até os seis meses”, destaca o estudo.
Recomendações
O dossiê da Abrasco formula 10 princípios e recomendações para evitar e reduzir o consumo de agrotóxicos nos cultivos e na alimentação do brasileiro. Carneiro defende a necessidade de se realizar uma “revolução alimentar e ecológica”.
Segundo o IBGE, cerca de 70 milhões de brasileiros vivem em estado de insegurança alimentar e nutricional, sendo que  90% desta população consume frutas, verduras e legumes abaixo da quantidade recomendada para uma alimentação saudável. A superação deste problema, de acordo com o dossiê, é o desenvolvimento do modelo de produção agroecológica.
Carneiro e sua equipe composta por seis pesquisadores defendem a ampliação de fontes de financiamento para pesquisas, assim como a implantação de uma Política Nacional de Agroecologia em detrimento ao financiamento público do agronegócio e o fortalecimento das políticas de aquisição de alimentos produzidos sem agrotóxicos para a alimentação escolar – atualmente a lei prevê 30% deste consumo nas escolas.
Além disso, o documento defende a proibição de agrotóxicos já banidos em outros países e que apresentam graves riscos à saúde humana e ao ambiente assim como proibir a pulverização aérea de agrotóxicos.
O cientista defende ainda a suspensão de isenções de ICMS, PIS/PASEP, COFINS e IPI concedidas aos agrotóxicos. “A tendência no Brasil é liberalizar ainda mais o uso de agrotóxico, só no Congresso Nacional existem mais de 40 projetos de lei neste sentido. Nós estamos pagando para ser envenenados”, criticou Carneiro.
FONTE: UOL NOTÍCIAS