A missão da VISA é promover e proteger a saúde da população, garantindo os direitos constitucionais do cidadão e defendendo a vida. Seu objetivo é proteger e promover a saúde, evitando incapacidades e doenças.

29/09/2013

Farmacêutico poderá prescrever remédios vendidos sem receita




Uma nova resolução do CFF (Conselho Federal de Farmácia)
 autoriza os farmacêuticos a prescreverem remédios que
 não exijam prescrição médica, como analgésicos e antitérmicos.

A medida será publicada na próxima quarta no "Diário Oficial
da União" e tem 180 dias para ser implantada.

Com a norma, eles poderão tratar o que chamam de
 "transtornos menores", como uma dor de cabeça ou diarreia.
 O cliente que chegar ao balcão da farmácia para comprar
um analgésico poderá passar por uma "consulta" e receber
 um receituário com a assinatura e o carimbo do farmacêutico.

A prescrição, no entanto, não será obrigatória.

Outra ideia, mas que ainda depende de acordos
 para vigorar, é que os farmacêuticos possam renovar
receitas médicas em casos de algumas doenças
crônicas, como diabetes e hipertensão.

O paciente passaria pelo médico, receberia o diagnóstico
e a primeira receita. A partir daí, o farmacêutico poderia
 orientar e assumir os cuidados do doente (medir a glicemia
 ou a pressão arterial) e, se tudo estiver bem, repetir a
receita do médico.

A medida é polêmica e deve provocar reação das entidades
 médicas. "A lei do Ato Médico abriu brecha para
 qualquer um prescrever medicamentos. É bem complicado",
 reagiu Renato Azevedo Júnior, presidente do Cremesp
 (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).


A lei, aprovada em junho, deixou de prever como
 exclusivo do médico o ato de prescrever tratamentos
 após os vetos feitos pela presidente Dilma Rousseff.

Para Azevedo, o diagnóstico de "qualquer doença" e
 os respectivos tratamentos são atribuições exclusivas
 do médico. "Uma simples aspirina pode matar.
Pode causar reação alérgica, sangramentos. De quem
 será a responsabilidade legal por esse doente?"

Do farmacêutico, garante o presidente do CFF, Walter
 Jorge João. "Estamos tendo essa coragem de dar
 mais responsabilidade ao farmacêutico. Ele não é
 profissional só do medicamento, ele também tem
que cuidar do paciente."

Segundo ele, tendo um papel mais ativo, o farmacêutico
 poderá reverter a cultura da automedicação do brasileiro.
 "O Brasil é o quinto país que mais se automedica no
 mundo. E isso resulta em muitos casos de intoxicação
 por medicamentos."

Repetir Receita

Sergio Mena Barreto, presidente-executivo da Abrafarma
 (Associação Brasileira de Rede de Farmácias e
Drogarias), discorda do argumento. "Isso é bobagem. Só
 3% das intoxicações são por automedicação.
Prescrever receita para medicamentos isento de prescrição
 é um paradoxo. São drogas seguras, de baixíssimo risco", diz.

Para ele, os farmacêuticos deveriam concentrar esforços
 para poder renovar o receituário médico, função que já
desempenham nos EUA.

"Lá eles podem, inclusive, mudar a dosagem de um
remédio prescrito pelo médico. O farmacêutico brasileiro
 precisa ser mais bem visto. Ele é muito desvalorizado,
 especialmente pelos médicos."

Em nota, o CFM (Conselho Federal de Medicina)
informa que "aguardará a publicação da norma e tomará
 a providências cabíveis".


Fonte: CLÁUDIA COLLUCCI DE SÃO PAULO (folha.uol.com.br)

Nenhum comentário: